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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Vórtice: Em meio a inconstância do querer V





Ela não sabia o que fazer, como encarar aqueles olhos novamente depois do que quase fizera.
Após um ultimo relance a Ethan, em que seus olhos se cruzaram em um rápido relance de dardos, ela virou-se para encarar seu futuro marido, seu prometido, que lhe dava mais pavor do que qualquer um, ela não sabia explicar. Ele era frio e quente, encantador e assustador, totalmente feito de controvérsias e contrastes que ela não tinha certeza de que queria explorar.
_Henry – foi tudo o que ela disse, mas esse nome parecia pesar décadas.
_Adorada Evelyn, nada me deixaria mais feliz que continuar nossa conversa de antes, mas acho que devemos desfilar um pouco em nosso baile de vaidades, com um belo casal obediente das morais e costumes. Apesar de sabermos que isso talvez não seja muito verdadeiro de nossa parte.




Henry estendeu sua mão para ela de forma despreocupada e debochada, ela sentiu o ar escapar de seus pulmões e seu rosto ficar vermelho tomate. Ela não se atrevia a lançar um mínimo olhar a Ethan, mas ela sentia suas costas queimarem onde ele a observava.
Evelyn estendeu a mão e segurou nas de Lorde Henry, seu futuro marido e se dirigiu obediente ao grande salão cumprir sua função social, como uma boa moça de família que supostamente era.
Ela se sentia num teatro onde simplesmente desempenhava um papel, aquela não era ela, ela não era um fantoche do destino. Ao menos ela não queria ser. Mas o destino as vezes possui artimanhas incompreensíveis e estranhas que não são possíveis compreender e por mais que se tente fugir, ele o cerca por todos os lados, pois ninguém pode fugir ao seu próprio destino, já que ele é fruto e conseqüência de suas escolhas.
O salão continuava o mesmo de horas antes, quando Evelyn sairá dele e sua noite começara a desandar, fugindo completamente de seu controle. Exceto talvez que agora o nível alcoólico dos convidados estava muito maior, e já se viam algumas damas perdendo a compostura do que é moralmente imposto as mulheres, o que sinceramente, divertia Evelyn, mesmo que ela estivesse numa situação muito pior.
Lorde Henry e Evelyn dirigiram-se ao meio do salão e viraram-se de frente um para o outro, ela não queria olhá-lo nos olhos, tinha receio do que veria lá, mas mais do que isso, ela tinha medo do que sentiria estando tão próxima dele após tão pouco tempo.
Eles dançavam calmamente, ambos perdidos em seus próprios e inalcançáveis pensamentos, mas Henry queria mais do que só bailar com ela pelo salão exibindo sua bela prometida, ele queria mais do que tudo tê-la, não queria que ela o temesse como fazia agora. Ele sabia que fora um pouco precipitado, mas depois de tudo ele não podia mais resistir, ela era puro fogo e desejo derramando-se por suas veias corrompidas.
Ele segurou-a pelo queixo e fez com que ela o olha-se nos olhos, e o que ele viu em seus impetuosos olhos o deixou atordoado, ele nunca pensara que algo poderia magoá-lo, não depois de tanto tempo, não depois daquilo. Mas o jeito que ela o encarou o perfurou por dentro, de forma que ele não imaginava mais ser possível.
_Evelyn... – começou ele sem saber ao certo o que dizer, o que pra ele era uma novidade.
_Diga meu Lorde – respondeu ela com a voz tremula, se de raiva ou de magoa, ele não sabia.
_O que a atormenta?
_Muitas coisas, mas ser tratada como uma meretriz pode ter contribuído muito com isso, receio.
Os olhos verdes dela brilhavam perigosamente de encontro a escuridão dos dele, era como um duelo de mentes, vontades e magoas que ele não queria, e não podia perder.
_Não posso dizer que sinto muito por aquilo, eu desejava provar esses lábios – disse ele acariciando lentamente os lábios dela – a muito, muito tempo. Quero que venha comigo o mais rápido possível, fazer-te para sempre minha, retirar de ti toda a mácula que aquele bastardo deixou.
_Ele não é um bastardo – respondeu ela cautelosa.
_Não, não é. Mas me tirou uma coisa preciosa – redargüiu ele com um sorriso obscuro em seus lábios.
Ela corou furiosamente mas recusou-se a demonstrar fraqueza como sempre fizera durante toda sua vida, a única pessoa no mundo que conhecera suas fraquezas fora Ethan, seu doce e impetuoso amante que agora, provavelmente a odiava mais do que amava, pois o amor e o ódio são os sentimentos mais próximos, ela bem o sabia.
Evelyn amava Ethan com todo o seu coração, sempre o amara, mas ela não podia ignorar que seu coração assim como suas pernas haviam balançado para o odioso Conde, de uma forma que ela não imaginara ser possível, ela o havia desejado, com todo seu corpo, ao ponto de sentir dor física quando tiveram que se separar antes da conclusão do ato. Ela não queria admitir, mas esse era um dos grandes motivos de sua irritação, esse era um segredo que ela definitivamente levaria para o tumulo, ao menos era o que ela pensava.
E ainda tinha aquela grande interrogação que era aquele vampiro que a mordera horas atrás, ela não podia esquece-lo, afinal, sua mordida ainda latejava em sua nuca, como um doloroso lembrete do sedutor beijo que ela lhe dera. Obviamente ela não estava totalmente consciente naquele momento, mas não podia evitar pensar em quão vadia ela estava se tornando, em uma era em que a virgindade era hipocritamente idolatrada, ela quase se deitara com um segundo homem, quando pelo primeiro ela já seria considerada suja, uma vergonha para toda sua família e coisas do tipo. É claro que o segundo teria sido seu noivo prometido, mas de que importa isso? Amanha mesmo ele poderia cancelar o noivado alegando a promiscuidade de sua prometida.
A cabeça dela latejava enquanto ela e Henry dançavam, seus corpos roçando em parte da dança lhe enviavam uma corrente de desejo pelo sangue e antes que pudesse evitar ela se viu ansiando por esses pequenos momentos em que podia toca-lo sem demonstrar o que de fato queria.
Quando a música terminou, ela automaticamente se inclinou em uma vênia cortes para agradecer a dança, mas quando seus olhos encontraram-se com os de Henry, ela sentiu sua determinação fraquejar e derreter pelo chão, ele estava divino, com aquele sorriso malicioso e delicioso que a fazia ficar quente e corar, já que a relembravam aquele momento intimo no quarto.
E naquele momento ela soube que nunca mais o veria da mesma forma, pois agora, por mais que ela o negasse, ela sabia que o desejava, e ele também.

Continua...


Ps: Sim, depois  de milhares de anos resolvi pagar o resgate dessas pobres almas atormentadas e continuar o conto, espero do fundo do coração não demorar tanto para postar a próxima parte, obrigada por acessar o blog :)

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